Moda outono na SuperVia

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Hoje eu fracassei. Não tive coragem de tirar foto de uma moça parada na plataforma da estação São Francisco Xavier porque tive medo do julgamento dos outros passageiros. Bom, mas posso dizer para vocês que a moda outono 2012 das usuárias da SuperVia é puro luxo, só que o contrário. O que a moça vestia? Camisa do Vasco, bota de cano alto marrom e minissaia multicor que deixava à mostra as pernas trabalhadas nas celulites e nos pelos descoloridos. Fiquei mais sem palavras do que contraventor na CPI.

Próxima estação

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Depois do depoimento revelador que a Xuxa deu ontem ao quadro O que vi da vida, do Fantástico, eu só consigo pensar em três coisas: na falta de vergonha em dizer, em rede nacional, que ela pretendia furar o olho da Galisteu (sim, e daí?), no drama de Sasha, coitada, que tá até agora pensando com que cara vai aparecer hoje na escola e na esperança que de repente nasceu em mim de mudar a minha vida andando de trem.

Meta do dia: ir à caça de alguém no vagão que seja influente e capaz de me levar ao estrelato. Querer, poder e conseguir. Ai, Minha Santa Maria da Graça Meneghel, me ajude! Faz de mim estrela que eu só sei brilhar! 

Vende-se um espaço

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Depois a maluca sou eu. Já pensou se essa moda pega? Já pensou que doido será ver as pessoas desfilando por aí com tatuagens das mais diversas datas comemorativas? As pessoas são capazes de coisas tão inacreditáveis, que é capaz de um dia eu encontrar alguém com uma tatuagem "vendo chevette 72. IPVA pago. Único dono." Não duvido.

O do cafezinho

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O homem que fez uma entrega agora há pouco aqui em casa pediu "um cafezinho" antes de ir embora. Eu, esta pessoa generosa, boazinha e quase ingênua, corri na cozinha pra ver se o da cafeteira ainda estava quente para servir ou se precisava fazer mais para o moço, que de tão cansado, coitado, devia estar precisando de um gole para se manter acordado. Ok, agora eu já sei que o tal "cafezinho" é o bom e velho "faz-me rir". Pra mim, cascalho, dindim, bufunfa, grana, esmola, trocado, pila é que são sinônimos de dinheiro. Eu lá tinha que saber que cafezinho também é, gente? Eu, hein!

Eu queria ser a Grazi

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Se fosse me dada a oportunidade de escolher quem eu gostaria de ser nesta vida, eu diria: Grazi Massafera. Assim, sem titubear. Motivos não faltam: Grazi é linda, Grazi é fofa, Grazi dita moda, Grazi é a mais bem sucedida ex-BBB, Grazi é atriz da Globo, Grazi é casada com Cauã, Grazi tá grávida do Cauã e Grazi orna nas fotos com Cauã. Ah, como eu queria ser a Grazi...

E aí, tudo bem?

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Sabe quando você manda um inofensivo "e aí, tudo bem?" pra uma pessoa e ela conta a vida? Foi o que aconteceu com um cara que entrou na estação Presidente Vargas, viu um conhecido, fez a tal pergunta e ouviu o sujeito contar todos os seus últimos dramas. A mãe morreu, saiu de sei lá onde e agora tá infeliz morando em Irajá porque a mulher quis assim (a mãe dela mora lá), a loja de material de construção vai mal, não aguenta mais suar no metrô e blá blá blá. Pra piorar, ambos desceram no Flamengo. Se tivesse feito a Kátia e se misturado no meio do povo, certamente teria começado o dia bem melhor.

Como era famoso o meu patrão...

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Hoje, no trem (sempre lá), empregados de pessoas famosas compartilhavam os podres de seus patrões e dos que foram um dia. Abaixo, um pouco do que eu consegui registrar:

"Trabalhei pro Renato Aragão. Ô, homem nojento!"

"Outra que também é um porre é aquela mulher do Fantástico. Aquela crioula."

"Depois de um ano trabalhando na casa do Chico Anysio, ele veio me perguntar o meu nome. Eu disse e ele perguntou como deveria me chamar. Respondi 'como o senhor quiser!' É mole? Depois de um ano lá, ele nem sabia o meu nome! Um ano!"

"Trabalhei com a Xuxa há muitos anos, na época em que ela ainda tinha um escritório na Primeiro de Março. A Solange, irmã dela, é um doce de pessoa (...). Vi o começo da Bicho Comeu. Se um dia perguntarem à Xuxa qual foi a maior decepção da vida dela, eu até sei qual ela vai dizer... (pausa dramática) (...) Você sabe, né, o nome dela de verdade é Maria de Fátima."

Faltou coragem pra eu me meter na conversa e dizer que o nome dela é Maria da Graça. Mas deixei pra lá. Agora o ódio da mulher se referindo à Glória Maria como "aquela crioula" foi, sem dúvida, a melhor parte.

Com as calças na mão

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Ir ao banheiro da empresa, ver a maçaneta se mexer e não lembrar de ter trancado a porta. A fração de segundo que separa a tentativa de alguém entrar na casinha e a certeza de que você está lá, seguro, é de-ses-pe-ra-do-ra. Quem nunca, né? Nem Usain Bolt seria tão rápido a ponto de impedir que o vissem lá, de calça arriada.

Golpe baixo

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Alô, você, moça do tamanco de madeira que virou o pé na minha frente: morri de pena de ti, mas como tenho riso frouxo, não resisti. Desmontar do alto de um tamanco é sempre ridículo e eu sei que você concorda comigo. Sabe o que é pior? Ainda tô rindo. Tô sozinha e tô sendo observada. Tô tentando pensar em nada, tô tentando lembrar de coisas fofas, mas não tá funcionando. Golpe baixo esse teu, hein?!

Desamassa no corpo

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Odeio roupa que precisa passar. Pertenço a uma classe que defende o argumento de que roupa amarrotada desamassa no corpo. Pra ser bem franca, se amarrota eu nem compro. As poucas que eu tenho ficam esquecidas no fundo do armário. Uso apenas sob casacos em dias muitos frios, certa de que não precisarei tirá-los. Foi o que eu fiz hoje e olha o sol lá fora rindo da minha cara. Só não digo que tô com calor porque meus colegas de trabalho, descompensados que só eles, vão querer ligar o ar-condicionado no talo, mas o que eu tô sentindo agora é algo muito próximo disso.