Rio em situações e lugares impróprios, como em cadeira de dentista, por exemplo. Acho graça em ter de ficar deitada, com a boca aberta, usando um babador e com um estranho mascarado na minha frente. A vontade de rir aumenta à medida que o dentista se aproxima de mim. Certa vez, eu não aguentei, dei uma gargalhada e cuspi na cara do Dr. Arthur. Imediatamente um climão tomou conta do consultório. Eu ainda tentei explicar o inexplicável, mas um sopro de sensatez me fez desistir. Dr. Arthur ficou putíssimo, é claro, mas como era muito fino, preferiu o silêncio. Eu tinha uns 16 anos e ainda não me perdoei por aquilo.
Ano passado, eu cochilei durante um tratamento. Eu tinha passado a noite em claro e fui direto pro consultório. Exausta, apaguei na cadeira e acordei com a moça dizendo “Renata? Renata? Abra a boca, Renata.”. Ela riu, eu ri, lógico, e o tratamento foi, enfim, concluído.