Ônibus lotado. Você entra e para na direção da moça que discute negócios pelo celular e que tem pinta de executivona da Rio Branco. Você saca que não vai conseguir nada parada ali, afinal de contas, ela não vai descer tão cedo.
Certa de que é malandrona, você conclui que precisa parar na direção de quem tem potencial pra descer no próximo ponto. É aí, então, que você vê um menininho uniformizado, mirrado, 11 anos, no máximo. Você para ali. Confiança é o teu nome. Você não tem dúvida de que fez uma boa e inteligente troca.
Dois minutos depois, a executivona levanta, desce no Méier (a próxima parada é só na Presidente Vargas) e você segue viagem em pé com o menininho sentado na sua frente.
Não sei o que esse moleque tem de tão importante pra fazer no centro da cidade a essa hora. Estudar é que não é!