sexta-feira, 29 de novembro de 2013

De nada sem obrigado


Retribuo acenos que não são pra mim, digo e faço coisas absurdas, impensadas e completamente sem sentido na hora de cumprimentar os outros e sou rainha absoluta do "de nada" sem "obrigado". 

Hoje eu fui um pouquinho além. Fiz um pequeno favor a uma pessoa que eu mal conheço, ouvi dela "obrigada aí e desculpe o incômodo", mas ao invés de responder com o "de nada" que eu tanto gosto e que uso sempre fora de hora, mandei um "obrigada nada!", que soou quase como uma grosseria. Tudo isso porque eu, na verdade, queria dizer "incômodo nada!". Foi tão sem porque nem pra que, que preferi não me corrigir pra não piorar o que já estava esquisito. 

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Margie do Campinho


Sempre que quero saber se já preciso dar um trato no cabelo, faço o teste que batizei como "carona do papai". Explico: quando ele (o cabelo) ganha uma forma exagerada, meu pai diz que eu o atrapalho porque precisa desviar de mim para ver o retrovisor do lado direito. Esta reclamação aciona o alerta de que preciso correr para o salão. Prático, né? Também acho. Sou praticamente a Marge Simpson do Campinho.

sábado, 16 de novembro de 2013

Da apatia à efusão


Daniela (EFUSIVA): boa tarde, senhora Renata! Aqui é a Daniela da Editora Abril.

Eu (APÁTICA): boa...

Daniela (EFUSIVA): maravilha! Que continue assim, não é mesmo?

Eu (APÁTICA): aham...

Daniela (EFUSIVA): então, senhora Renata, a Editora Abril está com uma oferta muito especial. Ao assinar a revista Veja neste mês, a senhora irá pagar apen...

Eu: não, não. Não tenho interesse, não.

Daniela: não? Mas por algum motivo?

Eu: não. Porque não. Só isso.

Daniela (APÁTICA): ok, senhora Renata. Tenha uma boa tarde.


Eu (EFUSIVA): obrigada! Pra você também!


terça-feira, 5 de novembro de 2013

4 de julho


Top Of Rock (Rockfeller Center), dia 4 de julho de 2013. Lá fomos eu e Thaisinha assistir aos fogos do m̶e̶u̶ ̶a̶n̶i̶v̶e̶r̶s̶á̶r̶i̶o̶ dia da independência norte-americana. Demos uma fortuna pra nos espremermos no meio de famílias francesas e seus "oh, là, là!", que eram nada perto dos nossos muito mais empolgantes "caraaaca, que foda!" e tudo mais. 

Quem já esteve lá sabe que no caminho até o ponto mais alto uma equipe organiza o público e o convida a fazer fotos diante de uma imagem do Rockfeller Center. Paramos, tiramos umas 3, 4 fotos com poses meio bobocas e combinamos de comprá-las assim que chegássemos lá em cima. Chegamos. Ela com um inglês médio e eu com um inglês pior nos revezávamos quando tínhamos que pedir algum tipo de informação. "Entendeu o que ele disse?", dizia uma. "Nada", respondia a outra. "Então você tenta entender a primeira parte que eu tento entender a segunda". E assim, às gargalhadas, a gente ia se virando em todos os lugares. Lá não foi diferente. Chegamos ao guichê onde as tais fotos eram vendidas. Nós nos aproximamos, perguntamos o valor para o cara, entendemos que cada uma valia US$15, dissemos uma pra outra "nossa, que barato! Vamos comprar depois dos fogos!" e voltamos para a área externa. 

Em algum momento, uma das duas (acho que ela) disse: "ele falou fifteen mesmo?". Voltamos lá e com ouvidos mais atentos, confirmamos o engano: cada foto custava, na verdade, US$50. Voltamos para os fogos e daquela noite, temos apenas os registros das nossas máquinas mesmo.