Sentimento de culpa

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Era tão estabanada, mas tão estabanada, que ouviu o barulho de alguma coisa quebrando no quintal vizinho e o coração -- acostumado a viver muitas emoções do tipo -- se sentiu culpado e acelerou instintivamente.

Meu colega Júlio César

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Curiosidade da Copa: quando eu estava na faculdade, a Susana Werner era minha colega de turma. Certo dia, ela levou o Júlio César pra assistir aula. Algumas alunas de outras turmas ficaram plantadas na porta, ninguém prestou atenção na aula e a professora ainda pediu autógrafo no final. O que isso tem a ver? Nada. Só aproveitei a oportunidade pra contar.

Potencializador de raiva

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Minha mãe está vingada. Depois de eu ter dado um sermão daqueles na Milena – que não é minha filha, mas é como se fosse –, ela virou pra mim com toda a calma do mundo, com os olhos entreabertos, e disse: "tá nervosa?". Só não voei em cima porque lembrei da Xuxa e o coraçãozinho de mão.

Milena é linda, Milena é fofa, Milena é querida, Milena é engraçada. Mas Milena sabe me deixar uma arara também. Perdão, mãe! Agora eu sei o efeito potencializador de raiva que um "tá nervosa?" vindo de um filho pode causar numa pobre mãe. Perdão!

Chicória

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EU: moço, tem chicória?
FEIRANTE: claro, minha amiga!
EU: então me vê um molho, por favor.
FEIRANTE: opa, pode pegar, minha amiga!
EU: o que é chicória aqui?

De que adianta se orgulhar por saber as regras da crase se não sabe diferenciar chicória de bertalha, salsa, coentro, agrião, espinafre, rúcula e alho poró? Se o moço resolvesse me sacanear e me desse um molho de capim, eu voltaria pra casa certa de ter comprado chicória.

O que fazer?

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O que fazer quando, no meio de uma conversa, uma pessoa, que não é cantora, diz "tem uma música que diz assim" e resolve cantá-la inteira na sua frente? Que cara fazer? É educado manter um sorriso no rosto pra fingir contemplação com aquele falsete? Cabe interromper ou é indelicado? O que fazer? O que fazer?!

Próxima parada: Dubai.

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Eu e a Daniele, minha irmã, estávamos aqui, agora há pouco, lembrando de uma colega de um antigo trabalho dela. A moça, cujo nome a gente não lembra por nada, mentia e nem sentia, mas o povo de lá gostava de dar corda porque era maneiro ouvir todas aquelas histórias fantásticas. 

A tal colega morava na Baixada, todo mundo sabia disso, mas dizia que morava numa casa espaçosa e com 5 quartos na zona sul. Dizia que tinha uma casa maravilhosa em Paris também, onde costumava passar férias. Às vezes, ela chegava no trabalho e dizia: "bonjour, ops, bom dia! Sempre confundo", assim, com esse jeitinho Luciana Gimenez de ser. Como não idolatrar essa pessoa, não é mesmo?

Eu nunca troquei um dedo de prosa com ela e lamento isso profundamente. Mas a história mais sensacional era a da lua de mel dela. A mulher passou semanas falando que iria pra Dubai, que já estava tudo certo, que tinha planejado tudo direitinho, reservado um hotel espetacular e o cacete, mas desistiu porque preferiu, de última hora, mudar o destino: Guarapari. Não tenho dúvida de que Guarapari é um lugar bem legal e superagradável, mas tô pra ver nego planejar viagem pra Dubai e, do nada, parar e dizer: "ah, quer saber? Vou pra Dubai nada! Vou pra Guarapari que eu ganho mais."

A arte de quebrar dentes... o tempo todo

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Quando eu era criança, resolvi brincar de correr enquanto descia ou subia uma escada. Obviamente não deu certo. Caí e quebrei o dente da frente. Fiquei anos com aquele dente quebrado porque eu era muito nova e teria que esperá-lo "amadurecer" um pouco pra fazer a restauração. Depois de anos, consegui consertar. 

Anos mais tarde, enquanto comia algodão-doce (!), quebrei a restauração. Não me perguntem como. Não mordi o palitinho nem comi o algodão-doce já meio durinho. Aquele pedaço do dente simplesmente caiu. Refiz.

Pula para o Natal de 2011. Enquanto comia rabanada, quebrei outro dente, desta vez um lá de trás. Fui ao dentista e consertei. Hoje, mascando chiclete, quebrei de novo esse mesmo dente.

Não sei se o meu mal é falta de cálcio ou se tenho uns dentes muito frouxos mesmo. Bom, já sabem, né? Se souberem de algum concurso doido que premie pessoas que quebram dentes de maneiras ridículas, não esqueçam de me avisar.

Palavra do dia: sobretudo

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MILA: Tia, o que é "sobretudo"?

EU: "Sobretudo" é tipo um casaco, só que grandão, que a gente usa quando tá muito frio.

MILA (confusa): Ah...

EU: Peraí! Leia aí pra mim o trecho em que aparece essa palavra.

MILA: "(...) Porque as pessoas grandes, sobretudo as de nariz grande (...)"

Ah, Língua Portuguesa, és uma danadinha, hein?