quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Tralha, pra que te quero?

Tenho a terrível mania de acumular tralha. Ontem, parei para me livrar de parte dela. Joguei fora sacolas com recortes de jornais, de revistas, anotações que já não têm importância, cartões de visita de serviços que podem ser facilmente achados na internet e comprovantes de pagamentos completamente apagados. Achei até um raio-x de 2003, ano em que eu fui atropelada no estacionamento do Barra Shopping. Guardei aquilo por 11 anos pra quê? Não encontro respostas para esse tipo de apego.
Achei também um bolo de currículos em que eu evidenciava a minha então grande experiência profissional: a de operadora de telemarketing. Sou do tempo em que bater de porta em porta para se apresentar às empresas ainda era um hábito comum. Daí o motivo de eu ter tantos impressos. Uns 30, talvez. Agora eles se juntaram ao bolinho de folhas cujo verso Milena usa para estudar para provas. Continua sendo tralha, é verdade, mas agora é uma tralha com uma utilidade nova.
Dos recortes de jornal, joguei fora muitos cadernos Boa Chance e muitas edições especiais do Globinho com dicas para o vestibular. Só guardei as do professor Pasquale. Não ousei me desfazer das dele, até porque ainda são úteis para mim. Guardei também algumas crônicas que eu li, gostei, mas não tive coragem de jogar fora. Achei até provas minhas do 2º grau! Consegui me livrar da maioria, mas não das redações. Fiquei com todas.
Tralha é uma coisa que empaca a vida da gente, né? Não joguei tudo fora, mas reduzi um bocado e fiz um progresso significativo para os meus padrões. Tô a um passo de me tornar uma acumuladora compulsiva, como aqueles dos programas de TV, mas tô em fase de desprendimento. Acho que já é alguma coisa.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Amigo-oculto


Ontem, no amigo-oculto do Fantástico, a Cláudia Raia ganhou um guarda-chuva da Susana Vieira, a Susaninha para nós, seus súditos. Cláudia Raia, coitada, bem que tentou, mas não conseguiu disfarçar a decepção. Sei bem como é isso... Eu tinha uns 11 anos quando, num amigo-oculto em família, pedi um Brink Game, que era febre na época. Ganhei o quê? Isso mesmo, um guarda-chuva. Agora eu te pergunto: ganhei de um desafeto? Não! De uma tia chata? Não! De um primo debochado? Também não. Da minha mãe, a pessoa que, assim como o meu pai, é a que mais me ama na vida e mais quer a minha felicidade? Sim.
Conheço essa sua decepção, Cláudia Raia. Eu tb não esperava isso de Susaninha, da mesma forma que não esperava isso da minha mãe. Supere esse trauma. Rainhas também dão as suas mancadas. Beijo.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Moda Diná


Minha mãe foi ontem cortar o cabelo no salão de uma amiga e soube de uma coisa maravilhosa: que o corte Diná, de "A Viagem", é um dos mais pedidos. Todo mundo quer ser Diná. Todo mundo assiste à novela no Viva. Ninguém tá nem aí pro fato de a Diná ser de uma novela de 20 anos atrás, nem a minha mãe, que tb pediu o corte, mas acabou fazendo outro porque o cabelo dela não ficaria igual ao da personagem. No que diz respeito à resistência ao tempo, acho que já posso afirmar que o corte Diná é o nosso corte Rachel.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Martírio na cozinha


Coube a você a terrível missão de lavar a louça. Para piorar o que já é ruim, além de pratos, copos e talheres, estão também dentro da pia três tabuleiros, uma panela de pressão e uma frigideira. É uma louça trabalhosa, daquelas que acabam com as unhas da gente e que fazem você se sentir a pessoa mais injustiçada do mundo.


Depois de muito procrastinar, você respira fundo, resolve acabar logo com aquele martírio e dá início à operação. Quando o pesadelo caminha para o fim e sua vida volta a ter cor, algo terrível e inesperado acontece: alguém surge com mais louça. Mais trabalho. Mais castigo. Trata-se de um retardatário qualquer que levou 3 dias e 4 noites para acabar de comer. Constrangido e completamente tomado por um sentimento de culpa e outro de compaixão, ele se aproxima e, no sapatinho, põe a louça sobre a pia. Como não aguenta ver o seu sofrimento, ele dá as costas e some sem que você note que alguém esteve ali. 

Com lágrimas nos olhos, você lava a louça extra. Agarrado a um pano de prato e no melhor estilo Scarlett O'hara, diz para si mesmo que jamais passará por aquilo novamente. Eu já estive nos dois lados. Conheço essas duas dores. É por isso que falo com tanto conhecimento de causa.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Made in Zamunda


Eletroencefalograma é um exame escroto, né? Acaba com a vaidade de qualquer mulher. Tô desesperada com a ideia de ter de lavar o cabelo com sabão de coco e sem direito a condicionador. Meu cabelo fica uma palha com shampoo. Com sabão de coco vai sobrar o quê, Jesus?! Tô pensando em comprar aquilo que chamam de lenço étnico e sair de casa fantasiada de figurante do casamento do príncipe Akeem, de "Um Príncipe em Nova York". Solução ridícula, eu sei, mas acho que assim, conseguirei preservar a minha dignidade. Ou o que restar dela.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Trombadinhas voadores da Central


Quem anda de ônibus pelo Centro do Rio sabe que algumas pequenas atitudes ajudam a evitar o roubo, pela janela, de bolsas e, principalmente, de celulares. Uma delas e a mais prudente de todas é não pegar o aparelho durante toda a viagem. Como isso parece impossível pra muita gente, o jeito é escolher o assento do corredor pra dificultar a ação dos trombadinhas voadores.
Sentar no do corredor, no lado da janela que dá pra rua e não pra calçada parece ser uma boa estratégia, certo? Errado. Agora mesmo, um cara, que não deve ter mais do que 1.70m, quase conseguiu levar o de uma moça que estava sentada justamente nesse lugar, digamos, mais "seguro". Só não levou porque ela foi mais rápida. Certa de que eles preferem atacar um passageiro mais distraído, sentado numa janela que dá pra calçada, ela achou que não teria problema algum pegar o aparelho ali onde estava, mas acabou surpreendida por esse quase roubo.
É isso, gente. Infelizmente, as táticas estão evoluindo. O jeito é ficar esperto pra evitar um prejuízo ou algo pior.
Bom, deixa eu guardar o meu celular aqui porque não tô a fim de ser a próxima vít