Uma prática há tempos em alta é a de puxador de palmas. Não sei exatamente o que move as pessoas que curtem isso, mas desconfio que identificar o momento certo pra bater as mãos e ser seguido por uma multidão dê algum barato nelas. Só pode ser!
Meu pai é um dos mais entusiasmados adeptos. Adora aparecer e saber que as mãozonas que Deus lhe deu potencializam o efeito das palmas. Elas soam quase como uma ordem. É ele bater duas, três vezes pra ser imediatamente seguido. Quer dizer, quase sempre... Minha mãe veio dizer que hoje, na igreja, ele mais uma vez puxou as palmas uma hora lá. Foi seguido por apenas duas senhorinhas, que ao se darem conta do insucesso da ação, desistiram e ficaram na delas. Mas ele, não. Insistiu mais um pouco até desistir depois de mais quatro, cinco palmas solitárias. Certamente, no fundo, no fundo ele ainda alimentava a esperança de motivar todo mundo. Não conseguiu.
Ao fim do culto, mais uma oportunidade para palmas ritmadas pintou e meu pai, claro, foi o primeiro a começar. Só que desta vez foi diferente. Ele foi de uma experiência frustrada à consagração. Foi seguido por toda a igreja que, num só ritmo, aplaudiu junto.
Só uma coisa explica tanto empenho do meu pai e de todos os outros puxadores profissionais de palmas: a prática é remunerada e só eu não fui informada disso.
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