Mas já vai falar sobre isso de novo, Renata? Sim, vou reclamar todos os dias do calor e do inferno que é depender do transporte público do Rio de Janeiro. Vamos ao drama do dia? Vamos. Nunca passo minhas roupas porque não sei fazer isso e porque, como alguns sabem, defendo o argumento de que roupa desamassa no corpo. Contrariei hoje todos os meus princípios e passei a roupa que estou vestindo agora. O problema é que já me ajeitei 700 vezes neste banco pra ver se conseguia sofrer menos com o calor. Resultado: tô mais amassada do que trocado em bolso de bêbado. Agora me diz: passei esta merda pra quê? Hein? Pra quê?
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
Corrida excêntrica
Minha vida é andar por este País pra ver se um dia eu descanso feliz correr diariamente atrás de ônibus com o pique do Usain Bolt, a excentricidade da garça do Luiz Fernando Guimarães e a elegância da corrida da Phoebe Buffay. Atrair olhares e causar espanto por onde passo são artes que poucos dominam. Chora, recalque!
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
Trago hoje na promoção
Vendedor do conjunto caneta + chaveiro com lanterna entra no ônibus aos berros, deseja a todos um bom-dia, não recebe resposta à altura e diz: "acho que vocês não me ouviram...Vou falar outra vez: bom dia!". Silêncio. E insiste: "vamos todos ter um dia maravilhoso, né, amados? Amém?". Mais silêncio.
Tudo bem que o cara está ali fazendo o que pode pra viver com o mínimo de dignidade (alguns dizem que poderiam estar matando ou roubando, né?), mas qual é a chance de ele receber um caloroso "bom dia" às 7h30 vindo dos passageiros de um ônibus que todo santo dia empaca na Praça Seca? Isso aqui não é programa de auditório, moço! Outra coisa: já que não temos direito a conforto, que tenhamos, ao menos, um pouco de sossego.
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
Boca de Matilde
Hoje cedo, Silvana entrou no ônibus falando ao celular e sentou ao meu lado. Ela conversava com Laura, que logo de cara ouviu o seguinte: "vou contar pra você uma situação, mas você tem que me prometer que não vai contar pra ninguém. Só quem sabe é meu pai e minha mãe". Eu que já tô fera nesse negócio de identificar uma boa história na condução e que tenho isso como um passatempo, depois desse pedido, aí mesmo é que parei tudo o que estava fazendo (no caso, nada) e fiquei ali me fazendo de morta pra prestar bastante atenção. Foi aí, então, que eu conheci a triste história de Bruna, contada quase que com prazer -- e pra quem quisesse ouvir -- pela minha colega de viagem.
Segundo Silvana, Bruna estava há dias tentando falar com ela. Quando, finalmente, atendeu à ligação, ficou sabendo que Bruna teve uma das maiores decepções de sua vida: descobriu que Samuel, o marido, tem um filho de 2 anos, fruto de um relacionamento rápido, e tentava, a todo custo, esconder a existência da criança. Na ligação, Bruna "chorava de soluçar". Tadinha... Logo ela "que teve um casamento de princesa!". Como se tudo isso não bastasse, ela ainda descobriu que a mãe do menino é "feia e horrorosa, pode um negócio desses?". Que cruz, né, gente? "O Samuel...quem diria!", completou. Bruna estava arrasada e ligou pra Silvana porque elas são "amigas há muito tempo, sabe?". Implorou pra que ela não contasse pra ninguém, mas, por favor, né? Silvana não ia aguentar guardar esse segredo.
Depois de uma meia hora contando em detalhes o drama da outra, Silvana finalizou a ligação dizendo: "Laura, tô confiando em você, hein? Pelo amor de Deus, não conte isso pra ninguém!". Desligou e, sem respirar, engatou em outra ligação. E disse: "amiga, vou te contar uma coisa que você vai ficar passada." Sim, ela contou a mesma história pra outra pessoa! Entre outras coisas, falou que a criança não tem culpa, pediu que também guardasse segredo e até onde pude ouvir (tive que descer, infelizmente), disse que por essa ela não esperava. Mentalmente eu respondi: "nem eu, Silvana, nem eu!"
Pobre Bruna... Mal sabe que a história que ela queria tanto preservar já caiu em boca de Matilde... Tsc.
Os nomes dos envolvidos foram trocados. Sei lá, vai que alguém conhece essas pessoas, né? Melhor não arriscar. De original mesmo, só Matilde.
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Falta de desinformação
Ouvi por aí: "nossa, mas é muita falta de desinformação!". E pensei: "que ótimo, né, minha senhora? Coisa boa!"
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
Furby - parte 2
MILENA (preocupada): Tia, e se o Furby não quiser dormir à noite?
EU (debochada): Vc é a mãe dele e vai ter de ficar acordada a noite toda cuidando do seu filho tagarela, ué! Sua mãe e eu vamos dormir feito anjinhos.
MILENA (depois de 10 segundos de reflexão): Lembrei, tia! Eu posso tirar o aparelho e dormir. Vcs não. hahaha (Para Deus): obrigada, Deus, por eu ser surda!
Essa minha sobrinha é ou não é um mix de ingenuidade e esperteza?
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
Furby - parte 1
Milena tem uma boneca que precisa de comidinha especial (e cara). Agora tem um chato pra cacete que precisa de silêncio pra dormir. Caso contrário, quem não dorme é a gente. Alguma dúvida de que o próximo boneco vai virar a mão na nossa cara?
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
Quinto toque
Passava da meia-noite quando o telefone de casa tocou. Todo mundo dormindo, menos eu. Não reconheci o número e só tive coragem de atender no quinto toque. Sabe como é, né? Telefone tocando na madrugada é sinal de que alguém morreu ou foi correndo pro hospital. Atendi e era meu tio. Segue:
TIO: Renata?
EU: Tio? O que houve?
TIO: Tá todo mundo dormindo aí, minha filha?
EU: Sim. Aconteceu alguma coisa, tio?
TIO: Só tá você acordada?
EU: Só.
TIO: Sabe o que é? Eu tô perto daí e queria dar uma passadinha pra deixar, no freezer de vocês, a costelinha de porco do churrasco da mamãe.
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
E agora?
Quase 3 horas parada no engarrafamento. Nenhum vendedor ambulante. Nenhum chocolatinho perdido na bolsa. Nenhuma loja aberta pra eu descer rapidinho e comprar alguma coisa pra comer. Já tô estudando a possibilidade de dar umas lambidas na pasta de dente.
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
A história da quase queda do celular
Sabe aquele espaço do ônibus reservado para cadeirantes? Na falta de um assento livre e de um passageiro deficiente físico, as pessoas costumam ficar paradinhas ali. Foi o que fez uma mulher. Ela ficou levemente encostada na janela, que tinha uma abertura pequena, mas grande o bastante para que o celular que ela carregava no bolso de trás da calça caísse na rua.
Um senhorzinho sentado no banco logo atrás desse espaço a chamou e aconselhou que ela o guardasse em um lugar mais seguro. Primeiro, a mulher fez uma cara de espanto. Certamente se deu conta do prejuízo que teria, não fosse o alerta daquele senhorzinho tão gente boa. Depois o agradeceu. Mais um pouco ela teria feito coraçãozinho de mão pra ele.
Bonitinho, fofo, gentil, preocupado... Não tenho dúvida de nada disso. Só não entendi até agora por que ele ficou uma meia hora falando sobre as 700 possíveis formas de o celular cair pelo vão da janela, sobre o prejuízo que ela teria se o perdesse, sobre a importância de ele ter dado o toque... Enfim, começou e não tinha hora pra parar. A mulher até desistiu do "aham" e ficou só concordando com a cabeça. Algumas vezes, nem isso fazia mais.
Foi puxado aguentar esse papo naquele engarrafamento sem fim da volta pra casa, viu? Por muito pouco eu não dei um tapinha nas costas dele e disse: "tá ótimo, tio, tá ótimo. Foi lindo, foi bacana, mas agora chega, tá?".
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
Serão os livros kamikazes?
Tá na timeline: "toda vez que você assiste ao BBB, um livro comete o suicíHAHAHAHAHAHAHAHAH
Ai, gente... É capaz de um livro cometer o suicídio (rs) por estar desapontado com vocês, que apesar de anos dedicados à leitura ininterrupta, continuam escrevendo mal pra cacete. Isso sim é motivo pra um livro dar cabo da própria vida literária. Vocês não têm coração mesmo, hein? Tsc.
domingo, 12 de janeiro de 2014
Barriga linda
Trabalhei numa empresa que tinha uma moça que, certa vez, postou uma foto no Facebook com a seguinte legenda: "a piscina é de plástico, mas minha barriga é linda". Não lembro quem foi o responsável por levar o post dela ao meu setor. Só sei que essa foi a deixa pra minha panelinha de amigos batizá-la secretamente como "barriga linda".
Depois desse dia, nós só nos referíamos a ela assim, nunca pelo nome, que até hoje eu não sei qual é. "Barriga linda" virou até ponto de referência. Na hora do almoço, por exemplo, pra nos acharmos, trocávamos mensagens do tipo "tô sentada perto da 'barriga linda'. Desce logo!". Nas festas de fim de ano, "barriga linda" provava que era muito mais do que uma "barriga linda". Levava o shortinho na bolsa, trocava na empresa e na hora da confraternização, rebolava até o chão. "Barriga linda" era uma mulher livre e feliz.
Sempre que o calor chega e as piscinas de plástico invadem os quintais suburbanos, lembro dela, que uma hora dessas deve estar aí exibindo sua barriga linda pra quem quiser ver e invejar.
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Que Mário?
Idade mental: dar uma risadinha ao ouvir a pessoa sentada ao seu lado no ônibus dizer "que Mário?" numa conversa pelo celular.
Assim não tem condição, Renata. Sinceramente... Volte 5 casas.
Stephanie Caroline
Todo o meu carinho e admiração à Stephanie Caroline, a simpática operadora de telemarketing da NET que me ligou agora há pouco e que encheu o peito pra dizer que se chama Stephanie Caroline. É isso aí, Stephanie Caroline! No seu lugar, eu fraquejaria.
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
Dramas de um canhoto
Eu gostaria de ser ambidestra pra nunca ter problema com maçanetas, abridores de lata, carteiras escolares e, principalmente, pra conseguir pintar as unhas da mão esquerda tão bem quanto eu pinto as da direita. Como não sou, uma mão fica divina e a outra parece ter sido pintada às pressas por uma criança de 3 anos, dentro de um barco e durante uma tempestade em alto-mar.
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