quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A história da quase queda do celular



Sabe aquele espaço do ônibus reservado para cadeirantes? Na falta de um assento livre e de um passageiro deficiente físico, as pessoas costumam ficar paradinhas ali. Foi o que fez uma mulher. Ela ficou levemente encostada na janela, que tinha uma abertura pequena, mas grande o bastante para que o celular que ela carregava no bolso de trás da calça caísse na rua.

Um senhorzinho sentado no banco logo atrás desse espaço a chamou e aconselhou que ela o guardasse em um lugar mais seguro. Primeiro, a mulher fez uma cara de espanto. Certamente se deu conta do prejuízo que teria, não fosse o alerta daquele senhorzinho tão gente boa. Depois o agradeceu. Mais um pouco ela teria feito coraçãozinho de mão pra ele.

Bonitinho, fofo, gentil, preocupado... Não tenho dúvida de nada disso. Só não entendi até agora por que ele ficou uma meia hora falando sobre as 700 possíveis formas de o celular cair pelo vão da janela, sobre o prejuízo que ela teria se o perdesse, sobre a importância de ele ter dado o toque... Enfim, começou e não tinha hora pra parar. A mulher até desistiu do "aham" e ficou só concordando com a cabeça. Algumas vezes, nem isso fazia mais.

Foi puxado aguentar esse papo naquele engarrafamento sem fim da volta pra casa, viu? Por muito pouco eu não dei um tapinha nas costas dele e disse: "tá ótimo, tio, tá ótimo. Foi lindo, foi bacana, mas agora chega, tá?".

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