quinta-feira, 30 de maio de 2013

Ao Macchi, com carinho


Ricardo Macchi, meu querido, você não me conhece, mas eu vou te dar um toque mesmo assim: antes de fazer um post-desabafo no Facebook, leia em voz alta para ver se está tudo ok. Texto cagado não pode, garoto! Peça pra um amigo dar uma revisada também. Cadê Marcelo Augusto, Jacaré e toda aquela turma talentosa da "Turma do Didi" quando você mais precisa, hein? Ah, e pra você não dizer que eu só atirei pedras, aqui vai uma mensagem positiva: curti a foto de sunguinha amarela que você usou para ilustrar o post, viu? Isso a Globo não vê! É isso. Beijos e sucesso.

Balança só para baixinhos


Ter 1.79m de altura é lindo, é mágico, mas é uma merda quando você quer se pesar numa balança de chão com marcador de ponteiros. Se fica em pé (a ideia é essa, né?), você não enxerga os números lá embaixo. Agora se resolve se abaixar, periga de cair.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Festa de casamento


Festa de casamento. Você está na mesa com a sua família e sente que o câmera se aproxima com aquele luz que bronzeia mais do que sol de meio-dia. O que você faz? Vocês eu não sei, mas eu entro em pânico. Primeiro porque não sei fingir descontração. Não sei simular uma conversa sem gargalhar (de nervoso), não sei fingir naturalidade e não consigo olhar pro homem com cara de "ih, moço, cê tá aí há muito tempo? Eu estava tão distraída aqui no papo que nem notei que cê estava me filmando... cê acredita?". O homem fica ali uns 2, 3 minutos, mas eu tenho a impressão de que ele está plantado há umas duas horas e meia. Segundo porque o meu pai faz uma coisa que me mata de vergonha desde criança. Ele pega a taça, ergue, nos convida para um brinde, faz um pequeno discurso, diz alguma coisa engraçadinha e espera que a gente embarque na dele e ache tudo muito bacana. Aí nós, com caras de tacho, fazemos um brinde "à felicidade do casal". Ele jura que essa é a coisa mais simpática e original do mundo, mas eu só consigo achar tudo muito cafona. 

Acho que no dia que eu virar pra câmera e mandar todo mundo ir à merda, meu pai vai desistir dessa palhaçada. É só me dar a louca.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Mariana


"Mariana, por que vc tirou o casaco, Mariana?"

"Mariana, seu cabelo tá todo pro alto, Mariana! Vem cá, deixa eu ajeitar esse cabelo, Mariana."

"Mariana, quando o metrô chegar, me dá a mão, Mariana."

Calada Mariana estava, calada Mariana permaneceu. Acho que cansou de lutar. "Mariana" é realmente um nome muito bonito, mas por que raios essa mãe tem que repeti-lo 700 vezes? Mariana deve ter uns 7, 8 anos, mas tenho pra mim que toda vez que a mãe, histérica, repete seu nome, ela envelhece uns 5 meses. Mariana, coitada, é praticamente uma senhorinha. 

Força, Mariana! Quando tiver 18 anos, só de raiva, mude seu nome pra Riroca.


quarta-feira, 22 de maio de 2013

Dar ruim


Um moço ao celular aqui no trem: 

"Eu não chamei ela de piranha, não, 'parcêro'! Não fui eu. Eu sou respeitador, 'mermão'! Mas pede desculpa aí 'pá' mina e deixa o bagulho baixo senão vai dar ruim 'pá' todo mundo."

Ele se desculpou mais um milhão de vezes, jogou a mochila no meu colo e disse: "quer segurar 'pá' mim não, colega?". Aceitei com sorriso no rosto. Sabe como é, né? Não quero que dê ruim 'pá' mim.


quarta-feira, 15 de maio de 2013

"É Flórida", não!


Fica constrangido de dizer "é foda"? Sua religião não permite? Ok, então diga "é fogo", "não tá fácil", "não é mole, não", "tá complicado"... Só não diga "é flórida". Por favor, tá? "É flórida", não! "É flórida" nem pensar! 

domingo, 12 de maio de 2013

Pauta de oração


Eu e Dona Venina, sogra da minha irmã:

EU: Feliz Dia das Mães, Dona Venina! Parabéns!

DONA VENINA: Em pouco tempo eu também estarei te dando parabéns.

EU: Será?

DONA VENINA: Sim, eu oro todos os dias pra você casar, Renata. Você vai encontrar um homem bom e ter 2 filhos. A Ângela (filha dela) dizia que não queria casar. Botei o nome dela nas minhas orações e ela casou pouco tempo depois.

'Cabô'. Virei pauta da oração alheia. Já podem ir organizando aí o meu chá de panela que o meu enlace, pelo visto, pode sair a qualquer momento. Te devo essa, Dona Venina!


sexta-feira, 10 de maio de 2013

Um lugar ao sol


Sofro bullying por dois motivos: por usar gírias e expressões idosas e por ser absurdamente friorenta.

Sempre substituo o tão usado "galera", que eu tenho pavor, por "gente" e "pessoal", que nem são termos tão velhos assim, vamos combinar. Podia ser pior. Eu podia ser do tipo que diz "moçada". Sou constantemente atacada por ter no vocabulário palavras como "gaiato" e " bacana", por exemplo. Bom, mas reconheço que fiquei preocupada no dia em que cogitei escrever "falou e disse". "Falou e disse" não dá, né? Falta-me frescor! Falta-me vocabulário jovial!

Mas tudo isso é fichinha perto da perseguição que sofro por ser friorenta numa cidade quente como o Rio de Janeiro. Ou vocês acham que é moleza ser motivo de chacota (olha aí mais uma palavra velha) por usar legging sob a calça jeans, o vestido longo e a saia idem pra não sofrer tanto nas salas de aula e de trabalho frias que frequento? Ir ao banco sem casaco? Nem pensar! Não posso! Não dá! E o pior: morro de vergonha de andar agasalhada na rua. Arregaço as mangas pra fingir que saí de casaco de casa e o sol me pegou desprevenida no meio do caminho, de modo que vou ter de ficar o dia inteiro sofrendo de calor porque não tô usando nada por baixo. Tudo mentira! A verdade é que não vejo a hora de esticar logo as mangas e me proteger de um frio que só existe pra mim. Acho até que me transformo num ponto de referência por conta disso. "Tá vendo aquela doida de casaco ali à direita? Tem uma farmácia logo ali". 

O frio me desconcentra, me desorienta, me deixa louca. Sou alguém que está sempre e desesperadamente buscando um lugar ao sol... no sentido mais literal da expressão.