sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Dia Nacional do Surdo


A surdez é, talvez, uma das deficiências mais incompreendidas. Uma vez, vi alguém se referindo a ela como “deficiência invisível”. Desde que o assunto entrou na minha vida, com a descoberta da surdez da minha sobrinha, entendi isso e vi quão presentes são o preconceito e a intolerância na vida dos deficientes.
Certa vez, Milena pediu a uma antiga professora que repetisse a explicação de uma matéria e ouviu dela, em tom de deboche: “esse seu aparelhinho não está funcionando bem, é?”. Tão absurdo, que a gente chegou a duvidar que tivesse mesmo acontecido dessa maneira, mas um colega de turma confirmou. Depois, uma sucessão de acontecimentos acabou de vez com a dúvida. Se uma professora é capaz de dizer isso pra uma criança em sala de aula, imagina com que tipo de coisa os surdos que não tiveram as mesmas oportunidades têm de lidar?
No Dia Nacional do Surdo, torço por mais compreensão, mais visibilidade, mais informação, mais acessibilidade e, sobretudo, mais respeito. 

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Barraqueira


Não sou barraqueira, mas fecho a cara e uso a minha altura pra intimidar quem tenta furar a fila do BRT. Tá, sou barraqueira.
Agora há pouco, duas moças que estavam atrás de mim me alertaram: "olha, cê toma cuidado, senão esse pessoal aí ó vai passar a sua frente, hein?" E eu, em tom de intimidação, disse: "ah, mas não vai mesmo!".
Barraqueira profissional.


domingo, 21 de setembro de 2014

Minha amiga japonesa


 Resolvi salvar as minhas fotos do Orkut antes que o site saia do ar e eu perca tudo. Ao passar pelos álbuns, vi numa foto o comentário de Yukie Kikuchi, amiguinha japonesa que eu tinha na época e com quem eu treinava o meu inglês. Eu conversava com várias pessoas, mas só Yukie virou amiga mesmo, a ponto de nos adicionarmos no Orkut. Nem sei como ela me entendia. Se o meu inglês não é lá essas coisas hoje, imagina como era em 2007, 2008?
Yukie era gente boa, trabalhava como secretária e tinha uma filhinha fofíssima chamada Manami. Aí eu pensei aqui: “por onde anda Yukie? E a filhinha? Já deve estar uma moça, né? Vou procurá-la no Facebook.” E joguei Yukie Kikuchi na busca… Apareceram 700. Todas japonesas. Todas iguais. Desisti de reencontrar Yukie.

sábado, 20 de setembro de 2014

A Viagem

A Viagem foi a novela que eu mais amei acompanhar. Ainda amo. Amo tanto, que na reprise 2006, eu trabalhava meio período numa empresa de telemarketing e, todos os dias, programava o meu vídeo-cassete.
Um dia, a luz acabou na minha rua e minha mãe, num ato de solidariedade, compaixão e de muito amor (e um pouco de medo também) ligou pra me avisar. Lembro de ela ter dito algo como “ó, não fiz nada, não mexi em nada… a luz é que acabou mesmo”. O que eu fiz? Lembrei da TV 14 polegadas movida a porrada que tinha na barraquinha de doces de um ponto de ônibus lá do terminal Santa Luzia (o ponto do meu ônibus ficava a 5 minutos dali). Fui pra lá.
Era ano de Copa do Mundo e a novela passava só alguns dias da semana. Quando era exibida, passava só uma parte. Sempre cortavam os capítulos porque os jogos eram mais importantes. Parei ali e fiquei pra base de meia hora esperando um ônibus que nunca viria. Até comprei uma jujuba pra disfarçar. Aquele era o capítulo da morte do Otávio Jordão (Antonio Fagundes). Eu ia perder? Jamais!
Uma curiosidade boba: tirando a reprise de 1997, todos os outros anos em que foi exibida foram anos de Copa do Mundo. 1994, 2006 e 2014. Já tô na torcida pra que a novela seja reprisada no ano do hexa.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Frente a frente


Você está andando pela calçada e no sentido contrário vem uma pessoa qualquer. Você a vê se aproximando aos poucos e não precisa pensar muito na pequena manobra que terá de fazer pra não esbarrar nela. Vocês se aproximam um pouco mais e agora estão separados por um passo. Frente a frente. Vocês só precisam desviar um do outro pra evitar uma trombada. Coisa de segundos. Vocês tentam uma vez, mas acabam indo pro mesmo lado. Sem pensar muito, você escolhe a direita. A pessoa escolhe a esquerda. Nenhum progresso. Vocês continuam impedidos de seguir seus caminhos. Aí, juntos, vocês escolhem o lado oposto. E de novo. E de novo. E de novo. E ficam nesse vai e vem eterno e patético que mais parece uma brincadeira boba de espelho.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Musa do BRT


Prezado internauta, siga os 4 passos a seguir:
1- Entre na rede mundial de computadores (ok, você já está);
2- Acesse o site YouTube;
3- Digite algo como "fila do BRT". Se esta busca não gerar resultados, tente algumas variações;
4- Mire na pessoa mais abatida do vídeo. Achou? Sou eu.

Todo dia tem alguém filmando nas estações Madureira e Alvorada do BRT. Sempre que percebo que tem um celular mirando a fila em que estou, um bocejo resolve entortar a minha cara. Eu, certamente, devo aparecer com cara de quem tá pensando na morte da bezerra em todas essas filmagens.
Vou investir em trajes mais descolados, vou assistir algum tutorial de maquiagem da Julia Petit pra caprichar nas minhas e vou ensaiar alguns carões no espelho também. Se bobear, vou até arrumar um leque pra deixar os cabelos sempre esvoaçantes. Tudo pra melhorar a minha imagem. Vai que amanhã ou depois um desses vídeos viraliza na Internet ou vai parar no RJTV, né? Eu tenho que estar preparada.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Verbete


O termo "filhadaputisse" já está no Volp e no Houaiss? Tá na Barsa? Se não, sugiro a inclusão imediata. Já tenho até o verbete pronto: 
1. Ato de entrar no ônibus, pedir licença para passar, ser prontamente atendido e se instalar no lugar da pessoa que, gentilmente, abriu caminho. 
2. Comportamento de quem é escroto. 
3. Mau-caratismo.

De nada, ABL.

sábado, 6 de setembro de 2014

Semana da Beleza do Guanabara

Ir ao Guanabara durante a Semana da Beleza (que dura bem mais do que uma semana) e enfrentar o engarrafamento de carrinhos. Ter de lidar com o medo e o risco iminente de acertar o carrinho na canela de alguém ou de ser atingida por um. Entrar na fila do caixa com uma senhora tagarela atrás e ter o azar de a máquina dar pau justo na minha vez. Ver a senhora tagarela desistir da fila, ir pro caixa ao lado e sair do supermercado antes de mim. Por fim, perder feio pra moça do caixa, que de tão ágil, me impediu de vencer a competição em que ponho em prática uma habilidade da qual eu muito me orgulho, mas que só existe na minha cabeça: a de ensacar as compras na mesma velocidade com que elas passam os produtos. Perdi. Eu não estava na minha melhor forma hoje, mas se isso virar modalidade esportiva, eu sou a esperança de ouro pro Brasil nos Jogos Olímpicos de 2016.

Poxa, Rodrigo...


Fim do jogo Vasco x América Mineiro. O jogador Rodrigo para pra dar aquela entrevista na beira do campo e diz: "passei mal a noite inteira, tive uma diarreia bem forte..."
Poxa, Rodrigo... Nós já fazíamos ideia da natureza desse seu mal-estar. Podíamos ter sido poupados desse detalhe, né? Desnecessário. Tsc.


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Bom dia, Mandy!


Sempre que começo a trabalhar num lugar novo, uma dúvida me atormenta (atormenta nada! Tô só dando uma supervalorizada na emoção): a partir de que momento já posso chamar a pessoa com quem troco mensagens diariamente pelo apelido? Juro que fico analisando isso. É uma bobagem sem tamanho, eu sei, mas taí uma coisa que sempre me deixa pensativa.
O que me perturba, na verdade, é não saber por qual apelido a pessoa prefere ser chamada. Se é que prefere. O fato é que, pra maioria das pessoas, se referir à outra pelo apelido no trabalho é bom pra quebrar o gelo e deixar as trocas internas de e-mail menos formais.
As pessoas não têm problema com o meu nome, afinal de contas, Renata, automaticamente, vira “Rê”. Simples. A mesma coisa acontece com Luciana, que vira “Lu”, com Cristiane, que vira “Cris”, Carolina (Carol, claro!), Roberto (Beto),Tatiana (Tati), Daniela (Dani), Rafael (Rafa). São apelidinhos fofos e já consagrados. O problema é que eu, volta e meia, trabalho com pessoas cujos nomes são difíceis de apelidar. Aí eu me desespero porque vejo a pessoa me chamando de “Rê”, enquanto eu continuo lá, meio alheia àquela delicadeza/fofura, muito corporativa e quase insensível chamando a pessoa pelo nome de batismo.
O nome da vez é “Amanda”. Eu já conhecia a Amanda de outros carnavais, mas como não chegamos a trabalhar no mesmo setor na vez anterior, pra mim, ela continuava sendo a Amanda daquela outra empresa. Mas ela fez uma coisa ótima: facilitou a minha vida assinando os e-mails com o apelido. Uma mão na roda, né?
Fica aí a dica pra você que tem um nome lindo, um apelido idem, mas muito particular. Se também está a fim de quebrar o gelo e ser chamado de forma carinhosa, adiante o lado do coleguinha e ajude a zelar pelo ótimo relacionamento em equipe.