Há uns dias, a gerente do banco me ligou com sorriso na voz e marcou uma hora pra eu ir lá fazer uma tal atualização de dados. Uma isca, né, pra me oferecer algum serviço, mas como eu já ia mesmo para aqueles lados, fui.
Assim que cheguei, perguntei quem era a Eliane. Vou tão pouco lá, que nunca sei quem é a minha gerente. O estilo camaleoa dela também não ajuda muito. Eliane já foi crespa, lisa, morena e ruiva. Agora é loira com fios levemente ondulados. Ou será o resultado de uma progressiva que precisa ser renovada? Não sei. Bom, o segurança apontou e lá fui eu até a mesa dela. Eliane me recebeu cheia de sorrisos, se empenhou pra arrancar um meu, mas como idas ao banco não costumam me animar muito, devolvi um sorrisinho amarelo mesmo.
Eliane começou, então, a fazer a tal atualização de dados, que não deve ter durado mais do que 3 minutos. Depois, como quem não quer nada, me apresentou um cartão de crédito que, segundo ela, seria muito útil pra mim. Agradeci, mas recusei. Falei que já tenho dois, que eles me bastam, que mal dou conta deles, que não preciso de mais um e blá blá blá, mas Eliane sorridente insistiu. Recusei novamente. Eliane, cada vez menos sorridente, insistiu mais um pouco. No meio da minha explicação, ela estendeu a mão e disse meio impaciente: “tá, boa tarde!”. E Eliane, a gerente sorridente, nunca mais sorriu pra mim.
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