domingo, 28 de junho de 2015

Fracassei


"Você é tão bonitinha... não casa por quê?", disse vovó Yedda enquanto eu tentava enrolar seu cabelo com bóbis (segundo o Michaelis, é assim que se escreve). Fracassei, obviamente. Não casei nem consegui enrolar os bóbis tamanho manilha no cabelo dela.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Hora do recreio


Um dos maiores vexames da minha vida e que, só de lembrar, ainda dá uma dorzinha no peito, aconteceu quando eu estava na terceira série. Era o meu primeiro dia de aula no colégio novo e eu, muito tímida, não fui capaz de arrumar uma amiguinha logo de cara. Não tive escolha: fui para o recreio sozinha. Peguei meu Mirabel e meu Toddynho e sentei no cantinho para comover ninguém com a minha solidão. 

Perto de mim, animadas, duas meninas conversavam. Fiquei ligadíssima no papo delas, até que, entre um mirabel e outro, eu me distraí, perdi o meio da história e sem pensar duas vezes, disse pra elas o que qualquer pessoa com o mínimo de bom senso jamais diria: "o quê?!". Disse isso como se eu fizesse parte da rodinha. Elas olharam pra mim com cara de "quem é você?! Se enxerga, garota! You can't sit with us!". Humilhada, eu devolvi um olhar de "Deixa pra lá. Segue o jogo". Foi triste. Muito triste.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Mês de aniversário


- Pensei numa frase ótima e, modéstia à parte, muito criativa pro mês de aniversário da loja.

- Qual?

- "Quem ganha o presente é você".

- Boa! Excelente sacada! Pode mandar fazer a faixa.

sábado, 13 de junho de 2015

Tal qual um robô


Adoro gente que tira foto fingindo que tá andando, mas esquece que os membros superiores se movimentam em sentidos opostos aos de seus correspondentes inferiores. Se a perna esquerda tá na frente, querido, o braço esquerdo tá atrás. Caso contrário, nossas caminhadas seriam robóticas. Faz o teste aí.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Ela não se encontra


Há um tempo, numa empresa onde eu trabalhava, uma menina me passou o telefone para ver se eu poderia resolver uma situação para outra colega nossa que estava em horário de almoço. A ligação estava péssima. Eu ouvia a voz de um homem longe à beça. Do lado de lá, ele reclamava que mal podia me ouvir. Eu fazia a mesma coisa do lado de cá. Pedi silêncio ao meu redor, enfiei o aparelho dentro do orelha na doce esperança de ter algum progresso, mas nada aconteceu. A voz dele continuava longe, quase sussurrada. Eu poderia ter pedido para que ele ligasse novamente pra ver se melhoraria alguma coisa, mas insisti, resolvi explorar toda a minha capacidade auditiva e, com muito custo, anotei o recado. Assim eu continuei a conversa, até desligar e perceber que o aparelho estava, o tempo todo, de cabeça pra baixo. Ri baixinho.

Bom filão


Não vou comemorar o Dia dos Namorados, mas fui procurada para fazer revisão ortográfica e dar pitacos fofos em mensagens de 4 pessoas que pretendiam se declarar, nas redes sociais, aos seus respectivos amores. Não tenho um namorado, mas tenho um coração bom e um curioso e admirável talento para ajudar os amigos em suas mensagens apaixonadas. Achei importante dizer isso aqui. Vai que um dia eu resolvo me profissionalizar, né? Taí um filão maravilhoso que implora para ser explorado.