sexta-feira, 12 de junho de 2015

Ela não se encontra


Há um tempo, numa empresa onde eu trabalhava, uma menina me passou o telefone para ver se eu poderia resolver uma situação para outra colega nossa que estava em horário de almoço. A ligação estava péssima. Eu ouvia a voz de um homem longe à beça. Do lado de lá, ele reclamava que mal podia me ouvir. Eu fazia a mesma coisa do lado de cá. Pedi silêncio ao meu redor, enfiei o aparelho dentro do orelha na doce esperança de ter algum progresso, mas nada aconteceu. A voz dele continuava longe, quase sussurrada. Eu poderia ter pedido para que ele ligasse novamente pra ver se melhoraria alguma coisa, mas insisti, resolvi explorar toda a minha capacidade auditiva e, com muito custo, anotei o recado. Assim eu continuei a conversa, até desligar e perceber que o aparelho estava, o tempo todo, de cabeça pra baixo. Ri baixinho.

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