domingo, 6 de março de 2016

Made in Frankfurt


Eu já vi e ouvi de tudo nessa vida. Já vi americano indignado com o fato de eu ser preta, brasileira e carioca, mas não ser passista de escola de samba. Já vi carteiro pensando que eu era "de menor" e, por isso, incapaz de assinar para receber uma correspondência, quando, na verdade, eu já era uma jovem senhora de trinta e poucos anos. Ontem, eu e a Thaisinha, minha amiga, estávamos indo ao teatro quando uma mulher...

MULHER: Você é muito grande!
EU: Pois é...
MULHER: Tá de salto?
EU: Tô, tô de salto.
MULHER: Ih, a outra também é grande!

THAISINHA: É...
MULHER: De onde vocês são?

EU: Hã?
MULHER: De onde? Vocês são daqui mesmo?

EU E THAISINHA: Somos.
MULHER: Ah... Na Alemanha é que as pessoas são altas assim.


Ela ainda perguntou pra onde estávamos indo. Quase falei que estávamos esperando um Uber Black que nos levaria a Frankfurt, onde vovô e vovó Dietrich ainda vivem, produzem o melhor chucrute da região, cultivam abóboras gigantes e assim preservam nossas raízes germânicas. Altas, logo alemãs. Echt?

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