sábado, 2 de março de 2013

Curso de Datilografia


Esta semana, por acaso, eu e a Lorena descobrimos que fomos alunas do mesmo curso de datilografia, só que em anos diferentes. Eu fiz quando tinha 10 ou 11 anos e era colega de turma da minha mãe e da Ana Paula, minha prima. 

Esta foi uma das experiências mais traumáticas das nossas vidas. Dona Arminda, uma mulher mal humorada e rígida além da conta, era quem dava as aulas. Ela era tão má, que quando a gente errava, faltava dar na nossa cara. Olhar pro lado? Nem pensar! O método Arminda de ensino era de fazer inveja a muitas escolas britânicas. Não sei como eu nunca me mijei em sala de aula de tanto medo. Lorena, coitada, disse que a escrota da Arminda, sabe-se lá por que, gostava de deixá-la no sol, enquanto o primo dela era estranhamente paparicado. 

Resolvi falar dessa professora hoje com a minha mãe e quase tivemos uma síncope de tanto rir com as lembranças daquela época. Ela disse que era obrigada a teclar cada letra com um dedinho, mas era tão ruim, que via os outros alunos evoluindo e passando para palavras, frases e textos enquanto ela ficava pra trás tentando domar o mindinho e fazê-lo teclar a letra “a”. Ela ainda pagou um pouco mais pra ter o direito de usar a máquina elétrica, mas de nada adiantou. Era a mesma desgraça. 

Arminda gritava, a nossa mão tremia e a cagada ia pro papel. Cansada de ser tão humilhada, pedi pra me livrar daquela tortura. Minha mãe também nunca mais voltou. Ana Paula e Lorena, apesar de também odiarem a véia Arminda, concluíram o curso. Acho até que elas devem ter perdido as falangetas por terem se submetido àqueles milhões de toques por minuto. Mas hoje, certamente, elas devem ser disputadíssimas no mercado de trabalho por terem esta incrível habilidade no currículo.

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