Grazi era minha colega de trabalho. Quase amiga. Trabalhávamos na mesma Central de Atendimento e vivíamos rindo e nos lamentando daquela vida de operadoras de telemarketing que levávamos. Grazi era lindíssima. Sabe aquele tipo de mulher que a gente vê na rua e diz pra si mesmo: "puta que pariu, que mulher gata!"? Assim era a Grazi. Era linda nível Débora Nascimento. Assim como a atriz, era morena, tinha olhos verdes, cabelos cacheados e era alta. Sim, até o único atributo que, volta e meia, eu me valho, Grazi tinha: era tão alta quanto eu.
Sentávamos lado a lado, íamos lanchar juntas e descíamos pra ir embora também juntas. Eu, obviamente, era ofuscadíssima o tempo todo por aquela mulher linda e que sabia o poder que tinha.
Um dia, Grazi disse "bora dar um pulo lá no Saara?". Foi a minha primeira caminhada ao lado dela fora do ambiente de trabalho. Meu Deus, como eu fui humilhada aquele dia... Eu era um nada ao lado de Grazi e ela, certamente, sabia que eu cumpria bem o papel de amiga feia. Homem nenhum perdeu tempo olhando pra mim. Estavam muito ocupados admirando-a. Ela, lógico, fingia não notar todo o alvoroço que provocava. Não que eu fizesse muita questão de ser notada no Saara, mas se nem lá nego olhava pra mim, era sinal de que a coisa estava mesmo muito feia pro meu lado.
Foram 3 ou 4 meses assim. Um dia, Grazi resolveu voltar pra Recife. Falei, não? Ela era de lá. Achei uma pena porque apesar de me humilhar, ela era fofa e engraçada. Em compensação, hoje em dia, quando vou ao Saara, não tem pra ninguém. Faço o maior sucesso.
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