Tipo de gente que eu odeio em silêncio: aquela que senta ao meu lado no ônibus um ponto antes de eu descer. Ela tem culpa? Não. É obrigada a adivinhar que tô prestes a descer? Também não. Mas, gente, com tantas outras opções, ela prefere sentar logo ao meu lado? Às vezes eu sento de um jeito que dá a entender que vou descer em instantes. Desencosto do assento e finjo que estou lendo as placas das ruas como quem está meio perdido e pode puxar a cordinha a qualquer momento. Funciona na maioria das vezes. Quando não, eu, com um sorriso fofo no rosto, peço licença. Aí ao invés de fazer a gentileza de levantar pra facilitar o processo, a pessoa só inclina as pernas pro lado e deixa uma brecha ridícula pra eu passar. É lógico que ninguém é obrigado, mas dependendo do tamanho do assento e das pessoas, é de bom tom levantar. Eu tenho 2 metros de pernas, poxa! É natural que eu me desequilibre numa manobra um pouco mais radical. Num dia de muito mau humor, eu passo a bolsa na cara. Quero nem saber. Aí então peço desculpas e saio batendo cabelo. E desço vingada, claro.
segunda-feira, 29 de abril de 2013
sábado, 27 de abril de 2013
Renata sai da sala...
Entrar no Englishtown. Procurar por alguém online para treinar o inglês. Ser abordada por um turco que diz que você é um anjo e que pergunta onde estão suas asas. Sair do Englishtown.
sexta-feira, 26 de abril de 2013
Moça, pra quê?
Vi agora há pouco uma mulher com um beijo tatuado no pescoço. Fiquei tão indignada, que me deu vontade de pegar um lenço e esfregar, esfregar, esfregar até a tatuagem sumir.
Vi agora há pouco uma mulher com um beijo tatuado no pescoço. Fiquei tão indignada, que me deu vontade de pegar um lenço e esfregar, esfregar, esfregar até a tatuagem sumir.
quinta-feira, 25 de abril de 2013
Felicidade feminina
Serei uma mulher mais feliz no dia em que eu conseguir passar 24h sem estragar as unhas feitas há poucas horas; não rasgar uma meia-calça e conseguir usá-la mais de uma vez, e não dar topadas na rua usando sapatos novos e assim danificar o bico de um dos pés antes mesmo de eu pagar a primeira parcela.
terça-feira, 23 de abril de 2013
Orelhão
Quando vejo alguém usando um orelhão na rua, me dá uma vontade louca de comprar um pré-pago, botar uns R$15 de créditos, pôr na mão da pessoa e dizer "toma, vá ser feliz".
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Edis o quê?
Uma pessoa te liga e te dá uma informação importante. Aí você, grata por aquilo, pergunta o nome dela antes de desligar. Ela fala um nome incomum. Você não entende, ela repete e você continua sem entender. O que você, uma pessoa de muito bom senso, faz? Para na segunda tentativa e manda um "colega", "moça" ou qualquer outro termo neutro para evitar uma situação constrangedora, né? Pois é. Eu não.
EU: ah, tá bom. Obrigada! Qual é o seu nome?
ELA: Edisjane.
EU: Obrigada, EdisLane!
ELA: Edisjane!
EU: EdisLaIne?
ELA: E-dis-ja-ne!
EU: EdiNane?
ELA: E-DIS-JA-NE!
EU: Edisja... tá, é... brigada!
E pah (!), desliguei o telefone. Certamente eu fiz Edisjane (se é que o nome dela é este mesmo) reviver aquele trauma há anos superado com muita análise.
sexta-feira, 19 de abril de 2013
Banana na comida
EU: Não vou jantar hoje, tá, mãe?
MÃE (indignada): Por quê?!
EU: Porque tem banana nesse prato que você preparou.
MÃE: Mas é só você separar os pedacinhos de banana!
EU: Mas fica com o gosto, mãe...
MÃE: Não fica.
EU: Fica.
MÃE: Se você separar, não fica.
EU: Claro que fica! Eu sei que fica.
MÃE: Mas você gosta de banana!
EU: Não na comida.
MÃE: Ah, que isso, Renata! Vai deixar de comer só porque tem banana? Tá tão gostoso... Você comeu na rua, né?
EU: Não, mãe! Eu só não vou comer porque não gosto de banana no prato. Você sabe disso.
MÃE: ...
EU: Tá bom?
MÃE: ...
EU: Mãe...
MÃE (com ar de desprezo): Aham.
EU: Tá tranquilo, mãe. Não tô pedindo pra você preparar outra coisa pra mim, não! Tá tranquilo.
MÃE (com ar de desprezo): Aham.
Não sei como minha mãe não apelou para as propriedades nutritivas da banana (ela sempre faz isso quando eu rejeito alguma coisa). Preferiu fechar a cara. E assim ficou até o fim do dia. E não me perdoou.
terça-feira, 16 de abril de 2013
Bom dia, Zileide!
Assisto ao "Bom Dia Brasil" e respondo educadamente todos os repórteres locais e correspondentes internacionais que desejam um bom-dia pra Renata Vasconcelos. Ouço "bom dia, Chico. Bom dia, Renata" e não consigo ignorar. Adoro quando vem de Zileide Silva. Tenho vontade de dizer "bom dia, querida. Tá boa? Tá tudo certinho por aí? E as crianças?", mas tenho medo de desconcentrá-la e fazê-la repetir aquele episódio que ela, certamente, prefere esquecer, mas que a gente adora relembrar.
segunda-feira, 15 de abril de 2013
Não tem perdão
Dei uma cotovelada tão violenta na cabeça de uma mulher agora no ônibus (nível coronhada), que só de saber que ela não me perdoou, eu fico um pouco aliviada. Aquilo não tem perdão mesmo, não.
domingo, 14 de abril de 2013
Uma vida pautada em listas
Amo listas. Eu sei que você também, mas eu amo mais. Acho até que gosto mais de listar as coisas que tenho que fazer do que de cumpri-las. Antes eu anotava em papéis avulsos. Depois esses papeizinhos evoluíram para bloquinhos, caderninhos e agora eu uso o bloco de notas do iPhone mesmo.
Faço listas pra tudo, até para o que eu preciso procurar dentro de casa. Defino categorias (que podem se subdividir), coloco as coisas em ordem de importância e me comprometo a excluir à medida que eu as cumpro. O pouco dinheiro que eu tenho, gasto com as muitas coisas que eu gosto, por exemplo, tem mais de uma lista. Faço até algumas com previsões para daqui a 3, 4 meses só pra ver lá na frente se elas deram certo. Viagens, cursos e compras que eu nunca farei, leituras que preciso retomar, gente que eu quero/tenho que rever... Tá tudo anotado.
Fazer listas é uma das coisas que mais me dão prazer. Um jeito Monica Elizabeth Geller de ser. Só não sou tão paranoica, controladora e obsessiva quanto ela. Eu acho.
sexta-feira, 12 de abril de 2013
Representante oficial
Uruguai: país da América do Sul.
Mais importante contribuição para o Brasil: ser, ano após ano, o representante oficial do tritongo nas salas de aula de todo o País.
É lógico que existem vários outros exemplos. "Saguão", "averiguei" e "quais" estão aí e não me deixam mentir. "Paraguai" também, mas nunca foi páreo para "Uruguai" que, desde que o mundo é mundo, reina absoluto nos livros escolares. Foi assim em 1990 (nos meus 9 anos), em 1992 (nos 9 anos da minha irmã) e agora em 2013, nos 9 anos da Mila. E assim sempre será.
domingo, 7 de abril de 2013
Help
Eu devo ter cara de boa ouvinte. E sou mesmo! Ouço e opino, embora eu não conte com tanta gente assim a fim de, vez ou outra, inverter os papéis. Mas gosto de ouvir.
Hoje cedo eu peguei o trem na Central e pouco antes de a porta fechar, uma mulher entrou correndo, sentou ao meu lado e deu graças a Deus por ter encontrado o vagão geladíssimo. Eu estava ali há uns 5 minutos e como vocês devem imaginar, já estava congelando. Como sou uma friorenta prevenida, sempre tenho na bolsa um casaquinho ou uma pashmina pra dar aquela aquecidinha maneira. Aí ela, hilária, começou a falar. E não parou mais. Ela foi dando tantos detalhes da vida, que eu comecei a fazer anotações na frente dela mesmo. Nem dois minutos se passaram e ela já estava morrendo de frio também. Fiz a fofa e transformei a pashmina num cobertorzinho pras duas. E lá estávamos nós, duas estranhas dividindo o mesmo agasalho.
Socorro é o seu nome. Contou que é de Campina Grande e que mora no Rio desde 1970, ano em que a mãe faleceu. Mora em Copacabana – “moro em Copacabana, mas no morro! No morro dos Tabajaras.” – e estava indo a Nilópolis, feliz da vida, rever amigos e primos. Socorro me contou que trabalha num mercadinho lá no morro mesmo, tem 53 anos e é casada com o Bahia (33 anos), que trabalha como montador de móveis das Casas Bahia, mas que “também atende à sociedade de Copacabana”. Ela disse que ele jura ser fiel, que ela é a mulher da vida dele, mas como é desconfiada, bota gente pra vigiá-lo. “Eu digo, ó, tu não apronta comigo, não, hein?”. Ela vive dizendo isso pra ele.
O morro inteiro o conhece. Lá, ela é conhecida como “Help”, a mulher do Bahia. “As pessoas devem achar que eu sou dona das Casas Bahia, né?”. Eu ri. “Estamos há 10 anos juntos, entre tapas e beijos. Eu mando ele ir pro inferno, mas ele não vai!”. Eu ri de novo. Socorro tem 4 filhos: Emerson Franklin, Redson, Marisa Kelly e Isabella Soraia. É avó de Layse Manoela, de 3 anos. Como não amar esses nomes, né? Um filho mora no Rio, outro em Boqueirão e as meninas vivem com a avó em João Pessoa. Socorro é muito apaixonada pela neta, que foi carinhosamente apelidada de ‘copinha’ porque nasceu no primeiro dia da última Copa do Mundo. Ela me contou que comprou uma sandália de pedras ‘chiquésima’ na Di Santinni e mandou pra menina copinha.
Quando viu que a minha estação estava se aproximando, ela perguntou se eu tinha Facebook e disse “me ‘adêdê’ lá!”. Depois pediu pra eu anotar o celular e o e-mail dela (o e-mail é sensacional!). Falou que me achou legal (não sei como... eu mal abri a boca!) e que qualquer dia desses vai me chamar pra tomarmos umas cervejinhas. Pediu pra eu ligar antes, que é pra ela ter tempo de ir me buscar na entrada do morro. É capaz de eu ir mesmo.
terça-feira, 2 de abril de 2013
Tudo errado
Não que eu seja uma pessoa de sorte quando o assunto é "transporte público", mas hoje eu me superei. Vou contar.
Desci nos Correios pra pegar um ônibus para a Avenida Marechal Câmara, mas acabei embarcando num que entrava ali atrás do sambódromo e não servia pra mim. Desci, fiz uma caminhada bonita e sob sol escaldante até a Central e quando ia pegar um ônibus que estava parado num ponto, ele andou a poucos centímetros de eu encostar a mão na lataria. Sabe aquela batida desesperada que todo motorista de bom coração entende como uma súplica? Pois é, não consegui dar. Não consegui e ainda tive que ouvir um senhor dizer "o ponto dele é o outro, colega". Dei uma resposta malcriada e saí vendendo azeite. Quer dizer, pedir pro motorista me esperar (o ônibus estava parado e alguns passageiros estavam embarcando) ele não podia, mas me dar informação inútil ele pode, né?
Corri até o ponto da frente pra pegar o ônibus que chegava, entrei e adivinha quem estava lá dentro? Sim, o moço do ponto de trás. Evitei o olho no olho, afinal de contas, sou estourada, mas sou cagona também. Só que, poxa vida (!), esse ônibus também não entrava na Marechal Câmara... E lá fui eu Aterro adentro. Fiz a pé todo o caminho de volta ao local onde deveria descer. Andei mais do que Renato Aragão indo a Aparecida do Norte pagar promessa do "Criança Esperança".
Enfim, cheguei ao destino. Participei de uma reunião e depois que ela acabou, fui pegar o metrô pra voltar pra casa. Ao invés de entrar no carro sentido Central, entrei no que ia pra zona sul. Desembarquei, subi escada, desci escada e entrei no lado certo. Agora estou aqui no trem, parada há 1h na estação Engenho de Dentro, aguardando a liberação porque está chovendo à beça. O vagão está geladíssimo também e antes que alguém fale que eu sou friorenta demais, quero dizer que todo mundo aqui está reclamando dessa sensação térmica da Sibéria.
É isso, gente. Estou agora amadurecendo a ideia de desistir disso aqui e pegar um ônibus, mas meu dia foi tão cagado, que é capaz de eu entrar num ônibus, mirar o Campinho e ir parar em Macapá.
segunda-feira, 1 de abril de 2013
Phabiano
Acabei de ver nas internetes da vida um homem chamado Phabiano. Phabiano, certamente, é irmão de Phátima, Phernanda, Phrancisco e Phlávio.
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